Musica Catolica
Artistas Bandas Musica Catolica

Os pecados não desfiguram nossa identidade aos olhos de Deus

Domingo 19 de Agosto de 2024 Os pecados não desfiguram nossa identidade aos olhos de Deus

A pena de morte alimenta um sentimento de vingança que se transforma num veneno perigoso para o corpo das nossas sociedades civis. É o que escreve o Papa Francisco no prefácio do livro “Um cristão no corredor da morte: Meu compromisso ao lado dos condenados”, escrito por Dale Recinella.

O autor é um ex-advogado de 72 anos que acompanha espiritualmente os condenados à morte em algumas penitenciárias da Flórida, nos Estados Unidos, desde 1998. Em seu livro, Recinella narra a experiência que nasceu do encontro com Jesus.

Francisco destaca que a experiência com Cristo leva à mudança de vida. “Jesus é capaz de revolucionar nossos projetos, aspirações e perspectivas. Conhecê-lo significa encher nossa existência de significado, porque o Senhor nos oferece a alegria que não passa. Porque é a própria alegria de Deus”, expressa.

Voltando-se para a missão de Recinella, o Papa a descreve como “muito difícil, arriscada e árdua de realizar”, uma vez que lida diretamente com o mal em diversas dimensões: o mal causado às vítimas, que não pode ser reparado; o mal que vive o condenado, sabendo que está destinado à morte; o mal que, com a prática da pena de morte, é instaurado na sociedade.

Contra a pena de morte



Neste contexto, o Pontífice reafirma a posição da Igreja, contrária à execução de condenados. “Como já reiterei várias vezes, a pena de morte não é de forma alguma a solução para a violência que pode afetar pessoas inocentes”, escreve.

O Santo Padre salienta que os Estados deveriam se preocupar em permitir aos prisioneiros a oportunidade de mudarem realmente de vida. Ao invés disso, observa, têm investido dinheiro e recursos na sua execução, “como se fossem seres humanos que já não são dignos de viver e que devem ser eliminados”.

O próprio Jubileu que se aproxima, indica Francisco, deveria comprometer todos os fiéis a pedir, em uma só voz, a abolição da pena de morte. Ele recorda ainda o Catecismo da Igreja Católica, que aponta que esta prática “é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa” (CIC 2267).

Testemunho da misericórdia de Deus



Diante disso, o Papa reconhece a ação de Recinella, junto à contribuição de sua esposa Susan, como “um grande presente para a Igreja e para a sociedade dos Estados Unidos, onde Dale vive e trabalha” e “um testemunho vivo e apaixonado da escola da misericórdia infinita de Deus”.

O Pontífice reflete que a misericórdia de Deus, inclusive, pode escandalizar. O próprio irmão Dale, registra, tem que enfrentar críticas, reclamações e rejeição por causa de seu compromisso espiritual ao lado dos condenados. Contudo, “mesmo o mais repugnante dos nossos pecados não desfigura a nossa identidade aos olhos de Deus: permanecemos seus filhos, amados por Ele, guardados por Ele e considerados preciosos”, manifesta o Santo Padre.

Fonte: https://noticias.cancaonova.com

Som